terça-feira, 5 de maio de 2009

Às vezes não percebo


Às vezes gosto de assistir àqueles filmes ou séries que nos fazem sentir tipo merda, que nos reduzem a insignificantes microorganismos sentimentais. Vemos todo aquele sentimento e emoção e reduzimos os nossos sentimentos próprios porque achamos que ao pé daquilo que vemos tudo se torna insignificante. No entanto às vezes até sou capaz de abrir os olhos.
Hoje quase chorava emocionado ao assistir a uma dessas séries. A certa altura a vontade de chorar apertou, não impulsionada pelo sentimento ficcionado impingido por aquelas imagens, mas sim quando me vieram à cabeça imagens da realidade, da minha realidade. Apeteceu-me gritar aos céus para denunciar a estupidez humana sem fim. Toda a gente passa a vida a queixar-se de gastar todo o seu tempo numa jornada de procura do amor. Neste caso duas pessoas gostam-se, há mais de um ano. Gostam-se de uma maneira que não sabem descrever. Passam a vida a fugir um do outro, a evitar-se. São, um ao outro, tudo menos indiferentes. Quando se olham nos olhos, depois de alguns meses, olham-se em pânico como quem vê um fantasma. Ao invés de porem em prática aquilo que sentem na realidade, aquilo que mais valor teve e tem entre eles, inventam um ódio, uma raiva para justificar a sua distância e o seu igual magnetismo que os afasta. Tiveram tudo nas mãos e deixaram fugir. Já foram felizes juntos, abraçados, agora repugnam-se por razões que não encontram. Terá lógica tamanha estupidez? Às vezes gostava de ter uma resposta esclarecedora para isto, às vezes não percebo...