sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Já era tempo

Parei de fugir de ti. Não és mais um fantasma. Cresci mais um degrau para aprender que és apenas um pessoa especial que agora está longe. É verdade, existe mesmo um vazio entre nós, grande demais para o que eu gostaria, mas existe. É real. E acho, na minha eterna ignorância de quem constantemente aprende lições dos outros, que já era tempo de o combatermos. Mas juntos, não distanciados por um sentimento que não sabemos sinceramente o que é. Já era tempo de pararmos de rematar a bola contra o adversário e tomar uma atitude de Fair-Play. Dar as mãos e começar a trabalhar para tapar este grande buraco que nos separa. Porque por certo ele não nos levará a lado nenhum.
Sabes que errei. Sei que erraste. Sei que errei. Sabes que erraste. Sabemos que errámos. E o pior de tudo é que continuamos a errar, a querer pôr as culpas apenas no outro, ao invés de podermos ter combatido todo esse desatino juntos, desde o começo do fim. Tenho os braços abertos para juntos baixarmos nossas cabeças em tom de humildade e confessarmos os nossos mais tremendos erros.
Neste degrau que subi apercebi-me de que o arrependimento daqueles momentos já não mora comigo e sou capaz de olhar para trás com um sorriso, para as fotos, para os pequenos gestos, para as tuas pegadas, para os pequenos sinais. Estou à espera e continuarei. És uma pessoa especial. Mas se não for de teu desejo voltar farei como dizes, não esperarei, seguirei o meu caminho, porque sei calcetar o meu próprio trilho. Não quero mais ser olhado como o coitado, quero apenas paz, paz entre nós, porque podíamos juntos ter tudo e não temos nada, nem aquela simples bênção de amigos.
Como tentava dizer um certo escritor posso viver sem amores, tal como vivo agora, mas nunca serei capaz de abdicar dos meus amigos que tanto sentido dão à minha existência.
Chega de rancores, somos capazes de melhor do que isto que estamos a viver, vingança e raiva, a paz é possível, saibamos fazê-la, porque ambos errámos e ambos podemos fazer por redimir os nosso erros.
Um abraço e que o bom amor sempre nos acompanhe… …onde quer que estejamos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Filho pródigo

O filho pródigo regressou a casa… e é muito bem-vindo! Considerava-me optimista ao esperar este regresso para uma data que dizem mais especial, mas chegou mais cedo e foi uma agradável surpresa. Não é o regresso que eu sonho, e nunca o será, mas de entre todo o mal este regresso é agradável. O meu sonho nunca passará disso mesmo, é um sonho desprezível para Ele que nunca se verá solvido em realidade. Errei muito e agora pago por isso. Ouço e reouço o meu cunhado dizer-me de forma muito séria e com razão que “não há amor como o primeiro”. Tive que aprender e aprendo agora com a dor que não esgota, a dor de um coração ancorado. O filho pródigo regressou frio e eu já não partilho o seu mundo. Mata-me essa distância.
Mas tenho que agradecer, porque ele regressou e não foi embora, e talvez com o tempo as feridas possam ser curadas em grande parte e eu consiga ver uma pequena parte do meu sonho a realizar-se.
És bem-vinda. Estás perdoada. Perdoa-me agora tu e poderei ser um pouco mais feliz.
Alma, minh’alma, diz-me para onde vou, diz-me para onde ir, que fazer, que caminho tomar, que lágrimas chorar ou que sorrisos tomar. Farto de ser o amigo diz-me que coração tocar, que espírito conquistar, que futuro escolher, o que ser, eu triste ou eu feliz, um contador de histórias destroçadoras de corações, capazes de tocar forte como o meu coração não toca…

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ancorado no tempo

Às vezes quando penso que já passaram vários meses fico abolido. Parece que foi ainda ontem. Continuo com o mesmo pensamento ao acordar, durante o dia, ao adormecer e nos sonhos. O tempo passou mas o coração estancou. Sinto-o ancorado lá naqueles dias. Preso ao fundo do mar de paixão, ancorado em duras rochas de memórias que teimam em não ceder. Não fui mais o mesmo homem mas continuo o mesmo desde que mudei. Preso ao tempo e à esperança de que tudo tenha sido apenas um sonho mau. Muita da tranquilidade de homem feliz que eu era foi-me retirada agora que descobri o que são essas coisas míticas do amor e da paixão. É um viver de tormentas, um sobreviver às tempestades de emoções que nos assolam a todo e qualquer momento, tempestades que começam no bater de asas mais leve de uma borboleta. Arde mesmo sem se ver, e onde queima deixa marca e dor. Cicatrizes que às vezes não nos deixam saborear o desenrolar da história da mesma forma.Repousava agastado no meu leito suave havia já perto de uma hora. Perdido em pensamentos e desejos fazia o sono fugir de mim. A cama não me quer agora e eu não quero a cama. A minha alma exaltada com pedidos de desejos sem resposta fez-me saltar da cama para fora. Sou um apreciador do silêncio. A noite é quem melhor o deixa sentir. Abrindo a porta de casa saio a espreitar a rua. Sinto-me inebriado por este doce sossego que tão bem me acalma. É saboroso como poucas coisas, valioso porque não é cortado pelas correrias e movimento que o dia tem. A noite na melancolia do seu mistério sabe ser deliciosa para quem a aprecia, para quem a degusta como eu sentado no chão frio. Sou um ser solitário nestes segundos, nestes breves momentos que o relógio bomba conta dentro de mim e sinto-me extasiado neste clímax de paz. A natureza quando é ela própria pura tem um sabor inigualável que regenera a tormenta da alma mais sofrida.Basta olhar em volta os pequenos elementos para me sentir tão bem nesta quietude. Lá no céu, bem lá no alto, brilha uma lua que faz desta noite quase um dia. Uma lua orgulhosa e oponente que quase ofusca as pequenas estrelas que procuram o seu lugar ao sol. A noite tem um simbolismo maravilhoso. As pequenitas distantes dão o seu melhor para se fazer notar nesta noite em que a lua traz o rei na barriga, mas estão lá e vêem-se. Por entre aqueles pequenos brilhos eu sonho que algum deles é o brilho da minha imagem na cabeça dela. Sonho acordado que ainda mexo com ela, que ainda sou especial para ela, que apesar de estar distante ainda ocupo o seu coração de mulher. Sonho um sonho agora impossível em que poderemos ser um só novamente, poderei falar de nós e já não só acerca de mim e dela de forma separada. Sonho sonhos que em vez de me alegrarem me fazem ainda mais triste nas minhas lágrimas de saudade e distância. Até as estrelas me dão a falsa esperança de que este pode ser um mundo melhor.Vem-me à memória a Barcaça Serrana. Um elemento especial e marcante. Observo aquele passeio em câmara lenta, como sempre vemos as duras imagens do passado, devagar para doer mais. Amanhã passo lá e já não recordo sorrindo, choro recordando. O que era antes a minha maior felicidade é agora a inveja daqueles pares de amantes que de forma intensa aproveitam os seus momentos juntos. O brilho que o rio exalará na noite brilhante, imune à desgraça alheia, trará até mim uma vontade de o abraçar.Um risco de luz rasga o céu como um fósforo que se acende e instantaneamente se apaga. O céu brindou-me de forma generosa com uma estrela cadente. Peço um desejo? Não preciso formalizar em palavras as fortes vibrações que o meu fraco coração emite no seu bater choroso e cansado. A estrela que acabou de cair leu-me o estado da alma como um código de barras e levou consigo toda a minha intenção, todo o meu desejo. Ela sabe o que sinto e o que preciso. Sei que não mo trará mas não lhe ralho. Tenho consciência de que por muito sentimento meu que ela leve nunca terei um feedback à altura. Não me chateio. Não a censuro. É sua função apenas levar os nossos sonhos bem altos para que os vejamos pendurados no astral todos os dias. O caminho que lá nos leva a esses sonhos temos que ser nós a percorrê-lo, tem que ser o destino a encaminhar-nos para lá.Obrigado noite. És tu quem acolhe os meus sonhos e aspirações. És tu quem ouve os meus pensamentos felizes e as minhas reflexões amarguradas. Não és a minha deusa, (que essa é linda, tem nome de gente e fala comigo ternamente como se fosse minha mãe, que belo amor platónico lhe tenho também), mas, tal como a calorosa praia, és uma musa inspiradora que me espreme os sentidos neste sumo de letras. És sossegada e tão recheada. Fazem parte de ti os latidos dos cães, os cantares dos galos madrugadores. Do meu cão não, que esse já não ladra, já morreu, já deixou o cilindro do tempo passar por sobre ele, mas a minha casa e a minha terra não deixam de me acolher como sendo minhas só porque os cães que ladram não são os meus. Trazes também contigo a rebeldia do mar revolto que se ouve a quilómetros, mas embalas-me neste néctar terreno de raros momentos que me fazem voltar aqui amanhã. Tenho o rabo quadrado. Tu noite marota, deixas-me aqui perplexo a contemplar o teu delicioso sabor e fazes-me perder a noção do tempo. És uma sereia que me enganas com o teu canto. Mas eu acordei da tua hipnose, tenho o rabo quadrado e já me dói do chão duro. Levanto-me e enchendo o peito tomo uma última golfada do ar puro que só esta terra dá. A minha cama já chama. Está confortável e acolhedora como sempre. Relembrando os desejos e sonhos que entreguei àquela estrela perdida, armo-me em estratega e planeio a melhor maneira de lá chegar. E às vezes não há melhor maneira de lá chegar do que entrar directamente dentro deles. Estou leve e já não sinto o corpo. Vagueio livremente sem a força gravitacional que a realidade nos impõe. Sou um homem livre neste mundo dos sonhos. Livre e triste, porque ela não está a meu lado. Mas… ali vem ela… Vejo caracóis loiros que esvoaçam em volta da face de um anjo sorridente, ela vem ter comigo e está feliz pelo reencontro. Quase tanto como eu. Aquele sorriso mútuo envolve-nos mais que qualquer beijo. O coração dispara na sua inocência comandada. Inevitavelmente acordo sobressaltado. Acordo sozinho e solitário. Revoltado por mais uma das milhentas ilusões cerro com força os punhos e os olhos, com a raiva de quem gostava de poder controlar os seus sentimentos. Um minúsculo som isolado faz-se ouvir no meio daquele silêncio ensurdecedor de tormenta. Do risco brilhante que tenho na face deitada, uma lágrima caiu-me na almofada… outra vez.Estas ilusões matam-me. E mata-me também perceber às vezes que talvez viva apenas apaixonado pela paixão, agarrado à imagem de uma mulher que se calhar já não existe ou nunca existiu. Nem gosto de pensar nisso. De que me vale querer tanto conquistar o seu coração se não tenho a chave mestra para o abrir? Quero um cofre inviolável que esconde um tesouro mais que valioso, mas perdi a sua chave na esfera do tempo, na procura amargurada, assustada e de razão perdida, de uma razão, de uma explicação para o mistério da alquimia do amor. Estas cruéis ilusões que me tiraram tanta vida própria, dão tantas vezes vontade de acabar com a própria vida quando me olho ao espelho e desejo sentir-me desejado. Uma vontade suplantada apenas pela esperança dos sorrisos que me rodeiam, que me fazem acreditar que o amor espreita algures por aí perdido numa esquina à minha espera, que outros doces e suaves lábios não perdem pela demora de tomar o sabor destes lábios ardentes e sedentos de paixão.Demoro tempo a acalmar, a recuperar o sono de novo e a encarrilar nele até voltar a não sentir. Daqui a umas horas acordo e sigo a minha vida fingindo que sou de pedra, que não se passa nada comigo, que nunca se passou, que nunca chorei, que não tenho sentimentos, que me preocupo mais com os problemas dos outros do que com os meus. Acordo ou não. Não sei, sabe Ele. Sabe Ele e manda Ele, eu, a marioneta, obedeço, cumpro, sigo o trilho, não sou mais nem menos que ninguém. Simplesmente estou ancorado no tempo. E hei-de estar também até que Ele queira. Quem é Ele? Não sei, se soubesse apertava-lhe o pescoço…

Sem palavras....

Já esteve calmo. Às vezes está calmo, mas outras vezes fica incandescente como o braseiro que leva com pás de enxofre em cima. Dói-me o coração. Arde na sua fúria inextinguível. Não me larga em sonhos, em pensamentos, mesmo meses depois de tudo ter acabado. O cabrão do destino tramou o nosso rumo e as coisas acabaram da pior maneira. Sinto falta de companhia e vivo deprimido. O coração salta da sua órbita ao ver uma foto, ao passar naquela bela terra e ao dar de caras com o castelo, ao tentar imaginar o que fará ela neste momento. Porque eu agora já não posso saber. Ao acordar, se sonhei com ela, já tenho o dia todo estragado. A cabeça mais dificilmente sai dela. Do que fomos nós. Deito-me na cama onde passámos tardes de humor e de grande amor, de intensa paixão, tardes em que ela, passeando pela casa envolta apenas num lençol branco, linda no seu corpo magro e esbelto, criou um fantasma que me assombrará no futuro. Neste leito ela me ensinou o que era a partilha da paixão em vez da paixão singular. Ela mostrou-me com toda a paciência do mundo que sou um homem como qualquer outro, que já sei ser homem. Um sonho que eu vivia acordado e desejoso de ser eterno. Pequenos passeios, pouco tempo juntos, mas muito desejo, muita fome do doce mel que os nossos corpos juntos e sem roupa, nos faziam provar. A mais pura essência do prazer na união máxima inequívoca que duas pessoas podem tomar. O tremer, o gemer, o arfar, as mãos inquietas e exploradoras, a língua tomando o sabor da mais doce pele, o torpor que aquele desejo infindável provocava nos nossos sentidos. Os movimentos celestes que nos faziam remar rumo àquilo que queríamos, os abraços apertados, o beijos húmidos e penetrantes, o encaixe dos corpos, a sede do néctar que naquele contacto, tão mais próximo que tudo, nos fazia chegar à paz do movimento frenético que ali nos levara. Sorrindo um para o outro ali nos acariciávamos naquele terno carinho a que o prazer máximo dá lugar. Obrigado por me teres dado a conhecer esta realidade. Obrigado por teres estado sempre do meu lado. Obrigado por seres capaz de fazer de mim um homem feliz por alguns meses. Obrigado por me teres ensinado tanto. Obrigado por me teres ajudado. Obrigado por te teres cruzado no meu caminho. Mas o que estava escrito congeminava contra nós, e, num abrir e fechar de olhos, ela estava a dizer-me adeus, a ir embora, a largar tudo o que havia em mim, mesmo o amigo. Ela tinha ido. Tinha seguido a verdade, a razão, o correcto, o que tinha de ser. Eu ali fiquei, pasmo, a chorar como um homem chora, como uma criança, à espera que alguém me dissesse que tudo aquilo era mentira, que tudo era apenas um sonho mau. Mas não era. Era a pura da verdade. E eu continuei a chorar, lágrimas de sangue que o meu coração não estanca. Suspiros de amor, de uma paixão esquecida e ignorada. Ela foi. É feliz outra vez, dedica a sua vida a outro alguém, e eu morro aqui sozinho, à espera do dia em que tudo possa voltar ao que era. Espero na minha estúpida ânsia por um dia que não chegará nunca mais. Levou com ela as promessas que na Queima me entristeciam, promessas de nós dois, juntos, expostos ambos na beleza do traje académico. Promessas de poder acompanhar esta nova fase tão bela da sua vida. Partiu e foi. Fiquei e cá estou. O sorriso que era antes de agradecimento é agora de dor e tristeza, tal qual à semelhança do coração que bate desenfreadamente. Estou vivo sem vida. Sem a alegria que ela levou, que ela me tirou de forma tão brusca. Quero chorar e nem um quarto vago, nem uma cama, nem uma almofada eu tenho que possa amparar as minhas lágrimas de desgosto convulso. Triste, só e abandonado, gelado eu me sinto, sem pinga de amor, de uma branda paixão que me aqueça o sangue. Quero esquecer e passar à frente como toda a gente me diz para fazer, mas a âncora ficou bem presa ao fundo e não quer agora levantar para eu rumar da direcção da vida que espera por mim. Adeus, sê feliz à tua maneira e que o bom amor sempre nos acompanhe aos dois, eu aqui… e tu aí…

Encerrando este ciclo, iniciando outro

O pequeno encontro correu bem e os meus pais não pareceram insatisfeitos com o que ouviram. Eles não gostam de me cortar as pernas e quando podem preferem dar-me asas às minhas aventuras. Ficou tudo relativamente bem delineado e eles estão um pouco mais descansados. Agora que até eu já estou um pouco mais acomodado com as condições da minha aventura sinto-me mais confiante a ir. Ouço e reouço histórias batidas de quem muito se arrepende por não ter ido. As razões são várias, comodismo, medo do desconhecido, namorados(as), falta de condições financeiras, mas digo sem dúvidas que “ir é o melhor remédio”. Quando se ganham grandes experiências e se enriquece por dentro nunca nenhum espírito de sacrifício e aventura, tempo e dinheiro são em vão. Por boas ou más razões sempre se aprende, sempre se fica a ganhar.
Tenho vontade de ir, os próximos dias serão decisivos. Poderia até ficar por causa de alguém (um erro comum que não tenciono e que felizmente não tenho razões para cometer lol), mas se vou não vou por causa de ninguém em especial, nem de quem vai comigo nem de quem fica. São o currículo, a aventura e o aprender a ser auto-suficiente que me levam. Vou porque tenho que ir, porque assim está escrito. Quanto muito estarei a juntar o útil ao agradável, uma pequena mudança de ares também me fará muito bem. Será melhor para mim e para outras pessoas a minha ida, vai ser positiva por certo. E o facto de levar comigo o meu fiel companheiro também ajuda, claro… lol
Um pequeno entusiasmo já reina cá pelo quarto, não é todos os dias que se planeia um empreendimento do género e às vezes ainda me sinto um pouco criança para enfrentar o mundo. Às vezes parece que é à força, mas é assim mesmo que se cresce, na descoberta, na aventura, nos erros e nos risos tolos que os erros causam.
Bem, a aventura me espera, mas tanta coisa fica por dizer…
Como estou eu arrependido de tanta coisa…
Como eu gostava de te poder pedir desculpa…
Como eu gostava que me pudesses perdoar pelas coisas erradas que fiz e disse…
Como eu adoro ver-te sorrir!
Como te sinto tão mais bonita ultimamente…
Como gostava que pudesse existir um diálogo amistoso entre nós por mais ténue que fosse…
Como gostava que tudo não tivesse acabado assim…
Como não me arrependo de tudo o que vivemos…
Como gostava de te poder deixar seguir a vida sem interferir e de seguir com a minha vida de igual modo…
Como gostava que o destino não estivesse escrito desta forma…
Como te queria agradecer por toda a inspiração que me deste…
Como gostava de te poder dar aquele beijinho na testa todos os dias para dizer que acima de tudo te respeito e és minha amiga…
Como gostava de saber o que fazer, de saber o que podia eu fazer além de bazar, que me dissesses o que fazer sem teres que me mandar embora….
Como gostava eu de às vezes não ser tão criança, de conseguir aprender com os erros, de não te criticar pelas tuas atitudes que possa não compreender…
Como gostava de poder mandar um avião pelo ar a dizer que te amo, gritar ao mundo como gosto de ti…
Como gostava de te dizer que nunca te esquecerei e que se algum dia te esquecer sempre foste e sempre serás apesar de tudo muito especial para mim…
Como gostava que contasses comigo para o que precisasses como sempre contaste, e de te poder continuar a ajudar como sempre gostei de fazer…
Como gostava de ser capaz de não te incomodar, de encerrar já este ciclo para trazer a paz aos nossos corações…
Vou e hei-de voltar. Como espero que tudo possa ser melhor quando regressar, que possamos então ser amigos, esquecido e encerrado este ciclo…

Resposta a comentário de leitor anónimo

Desde já muito obrigado por visitar e comentar o meu blog, tudo é sempre bem vindo, desde o mais rasgado elogio até à mais dura crítica, é com tudo isso que aprendemos.Sabe, não podia concordar mais consigo e com o seu comentário. Gostava de frisar apenas que se este texto toca alguém em especial é para elogiar essa pessoa e nunca criticar os seus possíveis erros ou atitudes menos aceitáveis ou menos compreensíveis. Está bem explícita no texto essa ideia com a frase "Os sentimentos são assim mesmo alheios a controlo, mas nunca poderemos censurar quem os experimenta. Se hoje são eles, amanhã posso ser eu.". O texto é mais meramente um desabafo dos meus sentimentos e a recordação das boas memórias que guardo do que passou e já lá vai.Nunca gostei de criticar os outros por erros que também eu posso cometer e sempre que me lembro, sempre que consigo ou sempre que sou capaz de me controlar evito críticas escusadas e que não sejam produtivas. Às vezes dói-me sinceramente ouvir alguns comentários, mas gosto que os outros não me evitem criticar porque o feedback dos outros relativamente às minhas atitudes é uma coisa deveras importante e é uma observação tomada de uma perspectiva que eu nunca conseguirei ter, o outro lado.Se perdi alguém especial como perdi, é porque acredito que tanto eu como a outra parte somos apenas actores nesta história, sou um convicto do destino como entidade activa na vida, se perdi essa pessoa foi porque assim teve que ser, "Maktub".Fiz críticas. Sim, fiz, admito e tenho vergonha de algumas críticas que fiz, foram de cabeça quente, de coração pesado e sem pensar. Quanto gostava eu de poder pedir desculpa por tudo isso... E também sei que da minha parte houve muitos erros, não sou diferente de ninguém e tal como não gosto de criticar em vão gosto também de poder ter direito a errar.Errei e perdi. Se assim não errasse, agora ainda enquanto jovem, nunca aprenderia que essas coisas eram erros. Perdi. Perdi mas aprendi muito, muita coisa que ninguém por palavras alguma vez me poderia ensinar. Tenho pena apenas que às vezes tenham faltado mais críticas para eu me aperceber de erros que me passaram ao lado e de que não me apercebi, tal como ainda acontece hoje e todos os dias.Espero com isto tê-lo esclarecido acerca a minha intenção quando escrevi este texto.Volte sempre que sempre será bem-vindo, tal como as suas críticasObrigado =)

1 comentário:

Anónimo disse...
"Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Díficil é encontrar e refletir sobre seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado. E é assim que perdemos pessoas especiais." (Drummond de Andrade)

A resposta não se fez esperar...

Os pequenos gestos, as pequenas memórias


Estão lá os pequenos gestos. Esses não saem por mais pequenos que sejam, por mais que a memória nos falhe. Estão lá, estão cá dentro. É duro perceber que os sentimentos mudam, que se hoje somos amados, amanhã com muita facilidade poderemos já não o ser. Os sentimentos são assim mesmo alheios a controlo, mas nunca poderemos censurar quem os experimenta. Se hoje são eles, amanhã posso ser eu. Umas vezes duram e preduram, outras vezes podem ser mal interpretados ou simplesmente se desvanecem sem razão. É duro perder um(a) amante, tão igualmente mau é perder um(a) amigo(a). Eu perdi os dois. Quem sabe se apenas por uns tempos enquanto a poeira não assenta, mas perdi. Talvez uma amizade que nunca o tenha sido, mas com forte potencial, com algumas bases. Dói perceber que não temos mais lugar na vida e no coração de alguém muito especial para nós. Alguém especial, raro, alguém capaz de dar verdadeiro valor aos nossos sonhos como conheço apenas mais uma pessoa capaz de o fazer, alguém com jeito para pequenos gestos. Alguém com um coração lindo mas sofrido, marcas da vida.Os pequenos gestos, as pequenas memórias, os passos, esses ficam agora por cá quais fantasmas do passado para me lembrar que neste trilho já alguém caminhou a meu lado e não o faz mais.Não podemos ser sempre felizes, não podemos ser eternamente tristes. Desculpa, tenho pena de tudo acabar assim. Arrisco a dizer que te amei, que te amo agora que sinto e presencio a tua falta, a tua ausência. Não dou crédito ao facto de serem palavras a cair em saco roto, são sinceras. Adeus se assim queres e até quando fores capaz de retomar a amizade. Adorei enquanto durou, também de nada me arrependo.Mas, pelo decurso normal da vida, a actual tristeza terá algum dia que findar, quando os fortes sentimentos forem capaz de adormecer, de desaparecer (para sempre ou para quando estiver escrito), a Fénix renascerá de novo das tristes cinzas em toda a sua oponência e trará consigo uma tranquilidade relutante e temporária. O orgulho me fará erguer de novo os olhos em direcção ao rumo que me espera. “Cabra manca não tem sesta” e o tempo não espera. Outra felicidade, outra tristeza me esperam, um ciclo insaciável que ajuda o mundo a girar, até porque a tristeza de uns é a felicidade de outros. Tenho pena que até a ideia de tão grande sonho se tenha desvanecido com a perda. Um sonho não morre sem deixar marcas e daqui a uns anos por certo renascerá. Esperam-me outros amores e desamores, lições de vida como a que acabei de receber. Verdades nuas, cruas, duras, cruéis, e se é certo que o que não nos mata torna-nos mais fortes, todo esse sofrimento pelo caminho fora revestirá o meu coração de uma força importante.Preciso de tempo para lhe seguir o exemplo e seguir com a minha vida, viver de novo, tempo, apenas algum tempo para que o destino traga a mim experiências que mexam comigo, nova gente, nova vida. Pesaroso, acabrunhado e na esperança de dias melhores, sigo o rumo que o vento me faz tomar, não fosse hoje o primeiro dia do resto da minha vida…

A missão é apenas um dos objectivos



Acordar difícil, despertar atribulado. Subo a rua rumo à minha missão sob um forte sol que me faz vergar o olhar e a cabeça na direcção do chão, posição humilde a que o sol me remete, não podia ser coisa fraca a fazê-lo!Estou pronto. Tenho a mente naquilo que são os meus objectivos, já metidos na cabeça não os consigo tirar. Se ia nervoso, a brisa que pela janela entrava fazia-me relaxar perante um calor que dava mostras de se querer fazer sentir. Chegado ao objectivo o silêncio envolvente apodera-se de mim numa sensação inebriante de calma e harmonia. Brilha o mesmo sol que da outra vez na sua alegria egocêntrica de quem não liga ao que vem de baixo, de quem não sabe das tristes novidades mas que também não se importa minimamente com isso. Apesar de respirar tranquilidade revejo sombras do passado que me fazem chorar a alma, podia agora carregar-se o céu de nuvens para não ter que testemunhar um estado constantemente alegre do qual não faço parte, e para chorarem comigo.Entrando nos claustros, parei. Apático procurei encontrar significado no que via e inteirar-me da forma de concretizar os objectivos colocados em mente. Juro que se não fosse pela pressa teria ficado ali todo o dia a observar os pequenos detalhes e a história antiga ali presente, escrita pelo nome dos mortos sepultados. Coração cheio, alma mais rica, valeu a pena mesmo só aquele pouco tempo. Seguindo caminho entreguei a encomenda e a mensagem do remetente. Um silêncio profundo e um sorriso bondoso talhado nos seus lábios deram-me a confirmação de que a proposta seria aceite. Não podia desconfiar da caridade de alguém que carrega Deus ao colo e sorri também eu quando soube o seu nome, um sorriso de agradecimento e de quem chora por ver alguma esperança. Sorri porque acredito que a Vitória caminha ao meu lado nesta luta e me vai ajudar a vencer. Deixei a minha marca sob a forma de assinatura e saí com vista a seguir caminho pelo resto do meu dia que se vê controlado pelo tempo.A tentação de um pequeno desvio concretizou-se e fui presenciar sorrisos que me contagiaram, sorrisos de quem assiste pela primeira vez a um belo espectáculo. Apreciei eu também porque vale sempre a pena.Mas um sorriso nunca dura muito tempo, ainda mais facilmente se estivermos sozinhos a ser assolados pelos fantasmas do que já lá vai. As amendoeiras outrora em flor carregam agora uma folhagem vermelha, de um vermelho escuro e soturno que acompanha e testemunha a flor que foi e o fruto que não veio, a tristeza de uma poda sem frutos, de um árduo trabalho em vão. Melhor sorte para o ano, azar o das pessoas que naquela vida não têm assim segundas oportunidades esperando apenas pela Primavera seguinte, porque naquela vida só há uma Primavera e se não houver frutos a árvore por certo seca.Ora sorrio, ora choro, pobres os ricos naquilo a que não dão valor, que os pobres cá são ricos em pobreza daquilo que aos ricos sobra… lá lá lá lá lá…….

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Tenho o mundo nas mãos mas o que quero está noutra parte do universo...

Quando um homem chora...



Um homem também chora quando assim tem que ser!Tudo corre bem e sobre rodas quando aparece uma fenda na nossa vida. Uma pequena fenda, inofensiva. Quando analisada de perto a fenda é afinal uma enorme racha no pilar que nos sustenta de pé. Tudo se desmorona quando nos sentimos a perder uma coisa que tanto sentido dá à nossa existência. Mas a verdade é que só lhe damos mesmo o devido valor quando sentimos que tudo isso se nos esvai por entre os dedos como areia fina...Será que vendi gato por lebre?Será que é negligência e falta de atenção às ameaças de derrocada?Será que de tanto me preocupar com o estado da pintura acabei por descorar do estado real do pilar de sustentação?Sabe Ele o que nos custa estar a tentar remendar uma fenda e apenas conseguir empurrar a parede ainda mais na direcção do chão...É tempo de dar tempo ao tempo, deixar o cimento secar e esperar que a obra se aguente... ou que se desmorone, e aguentar o prejuízo que causámos... Até lá aguentemos serenos, calmos, sem ansiedade, e de preferência relativamente quietos para não causar mais estragos.Para o resto da vida aprendemos uma lição sobre a engenharia do coração...